Saúde corporativa: cuidar de quem cuida do seu negócio!

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Saúde corporativa é o conjunto de ações que uma empresa faz para promover o bem-estar dos seus colaboradores. O conceito está relacionado não apenas às boas práticas para prevenir acidentes ou oferecer plano de saúde. 

É tratar o colaborador como um ser único, que terá sua produtividade ampliada no seu estado completo de bem-estar físico, mental, social e emocional. 

A velocidade com que as mudanças tecnológicas e de gestão têm influenciado nos processos de produção e nas relações humanas, ao exigirem competências, comprometimentos e responsabilidades cada vez maiores e complexas dos profissionais, têm produzido ambientes laborais cada vez mais dinâmicos e diferenciados. 

Desta forma, acarreta como consequência, novos e importantes impactos físicos e emocionais nos colaboradores em todas as atividades laborais nos mais diversos segmentos econômicos empresariais. Assim, a saúde corporativa torna-se um importante desafio estratégico para as organizações, especialmente neste momento de pandemia. 

Os custos da saúde

Os custos relativos à segurança e saúde no trabalho tais como: absenteísmo por adoecimento do trabalhador, contribuições previdenciárias por parte das empresas, acidentes de trabalho, sinistralidade do plano de saúde, dentre outros, só têm aumentado a cada ano.

A inflação médica é um dos fatores determinantes para o reajuste dos planos de saúde. Em 2019, o aumento foi de 17%, proporcional à inflação da área registrada no período. Para 2020, a estimativa é que a inflação dos serviços de saúde chegue a 15%, o que não deve ser muito diferente para o índice de reajuste dos planos. 

Isto tem impacto significativo nos custos fixos das empresas que oferecem Plano/Seguro Saúde para seus trabalhadores, pois atualmente, depois da folha de pagamento, o custo com a oferta deste benefício é o que vem logo atrás, em se tratando dos custos com RH. 

Por outro lado, os prejuízos com o absenteísmo por adoecimentos dos funcionários, que geram muitas vezes passivos previdenciários e trabalhistas para as empresas nos mais diversos níveis, além da perda de produtividade.

As tentativas de controle de diminuição dos gastos com “Saúde” (os quais na realidade são gastos com “Doenças”) mostram-se cada vez mais infrutíferas, por isto é essencial atuar na prevenção e promoção da saúde.

Promoção da saúde e prevenção de doenças

É preciso mudar a cultura em relação ao conceito de saúde e desenvolver ações para o completo bem-estar. Pois, caso contrário, os custos continuarão a aumentar e as condições de saúde dos trabalhadores estarão cada vez mais prejudicadas. 

É preciso mudar o foco principal destas ações, hoje muito voltadas para tratar as doenças já instaladas e não projetadas para a Promoção de Saúde e a Prevenção de Doenças. 

Conceitos estes que ainda são confundidos, pois a “promoção” impulsiona, fomenta, gera e origina medidas que não se atêm às doenças de forma específica, mas objetivam aumentar a saúde e o bem estar de maneira geral. 

Assim, capacitando os indivíduos para que estes modifiquem suas determinantes de saúde em benefício da própria qualidade de vida, enquanto que a “prevenção” preconiza uma ação antecipada que se baseia no conhecimento da história natural da doença.

Desta forma, interferindo no seu processo de instalação, ou seja, implica em conhecimento epidemiológico de uma doença impedindo que ela se manifeste (a prevenção está alicerçada em recomendações normativas).

Cuidar da saúde dos profissionais é um desafio

O modelo de negócio de saúde no Brasil ainda está muito voltado para o tratamento da doença. Muitos esforços estão sendo empreendidos pelas Operadoras de Planos de Saúde, estimuladas pelo órgão regulador – ANS, para incentivar o desenvolvimento de Programas de Promoção e Prevenção da Saúde. 

Estas iniciativas exigem mudanças de hábitos e estilo de vida das pessoas, que nem sempre estão dispostas a mudar. A mudança de atitude é uma escolha pessoal e só ocorre quando a pessoa de fato se convencer que precisa mudar seu estilo de vida para obter mais saúde.

Neste sentido, a Atenção Primária à Saúde tem contribuído muito, especialmente quando é a porta de entrada para os serviços de saúde, na qual o indivíduo passa pelo atendimento de uma equipe multiprofissional que, de fato, analisa o ser por completo e identifica o melhor tratamento. Isso, orientando-o sobre as medidas preventivas e de promoção da saúde. 

APS predispõe em sua essência o “cuidado da pessoa” no seu contexto familiar, com a identificação de suas ideias e emoções a respeito do adoecer e a resposta a elas. Busca relacionar e identificar objetivos comuns entre profissionais de saúde e pacientes sobre a doença e sua abordagem, com o compartilhamento de decisões e responsabilidades.

Isto posto e olhando para o mundo corporativo, podemos observar que existe uma oportunidade enorme de convergência entre a APS e a Medicina do Trabalho (SESMT ou Saúde Ocupacional).

Saúde corporativa é desafio estratégico

O departamento SESMT instituído nas empresas para cuidar da segurança do trabalhador e da Medicina do Trabalho, também conhecido como Saúde Ocupacional, têm ampliado seu valor no novo contexto que estamos vivenciando. 

A Saúde Ocupacional, agora passa a ocupar um espaço mais amplo e está voltada à Saúde Corporativa. Atualmente a visão já não está mais restrita ao gerenciamento e a exposição ao risco ocupacional (físico, químico e biológico) stricto sensu. 

A Saúde Ocupacional/Corporativa vem se firmando como um fator cada vez mais estratégico para a obtenção de uma maior produtividade e competitividade empresarial, por meio de uma gestão integral da saúde do trabalhador nos mais diversos ambientes laborais. 

Segundo a Buck Consultants já chegamos à era do Weelbeing 3.0, em que a saúde corporativa deve fazer parte do drive business performance empresarial. Grupos corporativos que não implementarem ou não absorverem este conceito num curto espaço de tempo poderão sofrer perdas de produtividade importantes e, como consequência, perderão competitividade no mercado. 

As empresas devem voltar o olhar para seus serviços próprios ou contratados de Saúde Ocupacional e observarem em que nível de qualidade estes serviços estão. São serviços eminentemente “cartoriais”, ou seja, só “carimbam ASO (Atestado de Saúde Ocupacional)” ou efetivamente fazem uma boa avaliação clínica e integral da saúde de seus funcionários? 

Estes serviços devem estar no mínimo alicerçados e em convergência com os Atributos Essenciais da APS: acesso, continuidade, abrangência e coordenação do cuidado. Assim como dos Atributos Derivados da APS: orientação familiar, orientação comunitária e competência cultural. Além de, logicamente, fazerem parte de todo um Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional(PCMSO) dentro dos preceitos regulatórios e dos conceitos de prevenção de doenças e promoção de saúde de forma global.          

“Ambiente de trabalho saudável é aquele em que os trabalhadores e os empregadores colaboram no uso de um processo de melhoria contínua para proteger e promover a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os trabalhadores e a sustentabilidade do local de trabalho” (OMS, 2002). 

Sendo assim, a Atenção Primária à Saúde e a Saúde Ocupacional/Corporativa devem estar sempre integradas visando a mudança para um comportamento mais saudável do funcionário e seus familiares numa velocidade progressiva, factível, individualizada e que se torne perene. Desta forma, o processo do adoecimento estará sendo “atacado” na sua raiz e não mais na linha final da terapêutica médica. Com isto teremos mais saúde, um menor custo com doenças e uma maior sustentabilidade para os negócios das empresas e porque não dizer da sociedade como um todo. 

Deixo uma reflexão para você e espero seus comentários: até que ponto você e sua empresa estão cuidando efetivamente da saúde dos colaboradores?

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