O “S” do ESG nas empresas da Saúde

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Jeison Arenhart de Bastiani

Jeison Arenhart de Bastiani

Neste artigo vamos falar a importância do S do ESG para as empresas da saúde. Mas vou trazer um ponto de vista, que pode provocar algumas boas reflexões.

Quero começar perguntando: As empresas da saúde, como hospitais, clínicas centros de diagnóstico, e outros, são todas focadas no Social e cuidam de pessoas! Desta forma, automaticamente, elas estão atuando no “S” do ESG?

Vamos falar disso, mas antes…

ESG, ASG ou o que?

ESG significa (Environment, Social and Governance), é uma sigla que traduzida para o bom português, promete trazer os aspectos Ambiental, Social, e Governança para os holofotes, alguns até tentam usar ASG, onde traduzimos a sigla, para Ambiental, Social e Governança, mas o que pegou mesmo foi ESG, onde Ambiente é representado pela letra E de “Environment”. E realmente, hoje termo ESG é algo muito falado dentro das empresas.

Das três letras, o foco hoje é no S, e principalmente na área da saúde.

Do que o S (Social) trata no ESG afinal?

Quando abordamos aspectos sociais, é comum vir a nossa cabeça ajudar pessoas. Dito isso, pensamos em melhorar vida de seres humanos, logo surgem coisas como, campanhas de arrecadação de agasalho, cobertores, comida ou dinheiro.

Pensamos também em pessoas menos favorecidas, que estão à mercê das mazelas da sociedade, minorias, ou então pessoas fragilizadas por dramas particulares. Sim tudo isso é aspecto social, e obviamente uma companhia pode atuar aí, mas será que apenas aí que ele deve atuar?

Explorando mais, uma boa pergunta é: como a força de trabalho, ou seja, as pessoas que atuam no negócio, são tratadas e afetadas pelo trabalho?

E essa pergunta sempre remete a aspectos de saúde e segurança do trabalho, estes também FUNDAMENTAIS, mas longe de serem os únicos aspectos.

Refletindo um pouco mais, será que os colaboradores da empresa conseguem viver com que ganham? Será que eles têm atendimento médico quando precisam? Será que eles têm problemas pessoais, psicológicos ou outros dramas que afetam a eles, seu trabalho e por consequência a empresa?

Eu sou defensor que a principal função social da grande maioria das empresas, é com o seu colaborador. Ela deve cuidar sim de todas as pessoas, mas primeiro, o colaborador. Desta forma, logo na sequência, deve cuidar do restante da sociedade, pelo simples fato, de que se o colaborador estiver bem, ele vai poder, por meio da empresa, apoiar mais gente.

Toda empresa da saúde, cuida de doentes, logo atua no S do ESG.

Essa foi a provocação inicial do artigo. E tem fundamento. Todo hospital está lidando com pessoas fragilizadas. Mas não, nem todo hospital trabalha o S do Social como poderia, e nem toda empresa da saúde pensa no Social no seu dia a dia. Mas é claro que toda empresa pode chegar lá.

Uma empresa de diagnóstico ao entregar um diagnóstico de câncer, leva um ser humano ao inferno em segundos. Sabemos que sim, muitas empresas se preparam para isso, ou seja, para minimizar o impacto, e melhorar as condições dessas pessoas, mas nem sempre, isso planejado, e observado sobre o aspecto social mais amplo.

O papel do cuidado, da atenção e da segurança do paciente, é foco central na saúde, isso já algo amplamente aceito, assim como, a humanização do atendimento do paciente hoje é uma realidade. Porém quero provocar para outros aspectos.

Quais pontos do S podemos observar na saúde?

É claro que a atividade principal do hospital, clínica ou centro de diagnóstico está ligado a pessoas e muitas vezes, tem aspectos sociais inerentes a sua atividade fim, mas a coisa não precisa ou deve ficar por aí, e aqui quero ilustrar algumas outras boas reflexões.

O Colaborador da Saúde precisa do S do ESG

Antes de falar dos pacientes, é importante lembrar do funcionário, médico, farmacêutico, enfermeiro, administrador ou atendente da saúde, pessoas estão sob forte pressão diariamente.

São pessoas que tem a morte a espreita e que lidam com situações tristes e dramáticas diariamente. Ninguém é “treinado” para lidar com tristeza e com a dor. Sim os profissionais aprendem, são os famosos, “ossos do ofício”, mas isso não resolve a coisa.

É importante lembrar que o colaborador é a pessoa que cuida das pessoas, se essa pessoa não estiver bem, como ela vai ter condições de levar o propósito da organização a diante? E para continuar espalhando os impactos positivos do aspecto SOCIAL do ESG, essa pessoa precisa estar em suas melhores condições.

Durante a pandemia tivemos casos de pessoas entrando em colapso por conta de estafa mental e física.

Eu tenho um amigo médico, que me atende, chefe da UTI de um hospital, que durante a pandemia foi encontrado caído no banheiro de casa desmaiado. Depois de um turno estendido, sem poder se hidratar direito devido a quantidade EPI utilizado (roupas, máscaras, luvas, entre outros) dava muito trabalho para retirar e colocar novamente, o tempo sempre curto.

Quando foi encontrado pela esposa, ele estava quase sem pulsação, mas graças a Deus, foi atendido rápido, e hoje está bem. Na sua agenda, hoje junto com consultas, plantão, e outas atividades, consta as horas de academia e natação, algo que agora, ele não abre mão.

Fora os inúmeros casos de esgotamento mental que todos conhecemos. Cuidar da equipe, psicológica e fisicamente, é algo que as empresas da saúde, podem e devem fazer para atuar no S.

O S do ESG para a família

Outro ator importante na jornada de um tratamento é a família, acompanhantes e parentes do paciente. Muitas têm pouca estrutura emocional para lidar com doenças e casos clínicos complicados, muitas vezes difíceis de serem até mesmo compreendidos.

A família passa por dramas próprios e particulares que muitas vezes vão além das clínicas e hospitais, mas que são potencializados pela enfermidade.

A pergunta que fica é onde o hospital se preocupa com o S para tratar e cuidar da família de um paciente em estado grave. Qual é o treinamento para equipe que recebe esses familiares, como eles recebem e entregam informações sobre o caso.

Sim o papel principal é cuidar do paciente, mas existe um número enorme de pessoas sofrendo e angustiadas durante um tratamento. A empatia hoje é algo que pode ser trabalhado, não apenas na saúde, mas na sociedade como um todo.

Uma mãe com uma criança doente, precisa enfrentar fila? Como é essa fila? Como ela é tratada na fila enquanto espera atendimento para seu filho? Isso é o aspecto social do atendimento além do paciente.

O paciente precisa mais do que a cura

Todos que procuram um serviço de saúde procuram uma melhora na sua qualidade de vida, de preferência a cura, um tratamento digno e atendimento que reduza seu sofrimento. Mais que sair curado, o paciente precisa ser tratado como um indivíduo, um ser humano único.

É claro que todas a regras e normas de segurança do paciente devem ser levadas à risca, precisamos diminuir o número de ocorrências ligados a segurança, mas também precisamos tratar a pessoa de maneira adequada e humana.

Esse é um aspecto hoje já muito observado, e é possível observar avanços em diversas frentes para melhorar o atendimento, saúde e segurança do paciente, mas ainda temos muito para avançar.

Onde fiz meu curso de medicina?

Eu não sou médico, tampouco enfermeiro ou mesmo trabalho em hospital.

Escrevo esse artigo depois de ouvir e conversar com diversas pessoas da área da saúde, sobre o aspecto “Social” para área da saúde, e pude observar a miríade de visões e pontos de vistas que podem e devem ser abordados ainda.

Agradeço aos clientes, amigos, e parceiros que dedicaram minutos precisos de suas vidas para falar comigo sobre o tema.

Mesmo sem ter atuado na área diretamente, atendo hoje centenas de clientes na área da saúde, costumo transitar por eventos, hospitais clínicas e reuniões envolvendo esse público, e ainda sou curioso e estudioso do tema ESG além do chantilly e da purpurina que muitos insistem em empregar no tema.

Conversando com profissionais da área, fico muito feliz pois fica evidente que existe uma vontade genuína de ampliar ainda mais o impacto positivo que as empresas da saúde causam na vida das pessoas, e para isso o S do ESG é fundamental.

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