A gestão de riscos no ambiente de saúde é um pilar invisível que protege a vida, otimiza processos e assegura que tanto a qualidade quanto a sustentabilidade da instituição sejam preservadas. Além disso, fazer a classificação de riscos em saúde com base no impacto e na probabilidade permite priorizar ações estratégicas, antecipar possíveis falhas e tomar decisões mais assertivas.
Além disso, quando bem aplicada, ela evita problemas, garante a conformidade com regulamentações e fortalece a reputação da organização.
E não para por aí! Além de proteger o paciente, essa gestão impacta diretamente na capacitação dos profissionais, na redução de custos e na confiança que a instituição passa aos seus pacientes.
Vamos explorar como esses aspectos se interligam e tornam a classificação de riscos em saúde um verdadeiro diferencial.
Aspectos que evidenciam a importância da gestão de riscos
A gestão de riscos no ambiente de saúde é um diferencial para garantir a segurança dos pacientes, a qualidade dos serviços prestados e a sustentabilidade das instituições.
Seguem alguns dos principais aspectos que evidenciam sua importância:
- Segurança do paciente
- Qualidade do cuidado
- Redução de custos
- Conformidade com as regulamentações
- Reputação e confiança
- Sustentabilidade operacional
- Capacitação dos profissionais
Como fazer a classificação de riscos em Saúde?
Os riscos na saúde podem ser classificados em diferentes pilares, dependendo da natureza e do impacto que podem gerar.
Esses riscos podem ser clínicos, operacionais, financeiros e regulatórios.
Esses quatro tipos de riscos precisam ser gerenciados de forma integrada para garantir que a instituição de saúde funcione de maneira eficiente, segura e em conformidade com as exigências legais e financeiras.
1- Riscos Clínicos
São aqueles diretamente relacionados ao cuidado com o paciente. Envolvem eventos que podem prejudicar a segurança do paciente, como:
- Erros de medicação (dose incorreta, administração inadequada, troca de medicamento);
- Quedas de pacientes;
- Infecções hospitalares;
- Erros de diagnósticos ou de procedimentos (cirurgias no local errado, laudo incorreto, por exemplo).
Esses riscos afetam diretamente a saúde e os cuidados dos pacientes, sendo um foco primário da gestão de riscos em instituições de saúde.
2- Riscos Operacionais
Referem-se aos riscos associados aos processos e à infraestrutura da instituição. Eles podem impactar o funcionamento diário das operações hospitalares e incluem:
- Falhas em equipamentos médicos;
- Problemas de logística ou fornecimento de materiais, medicamentos e insumos;
- Interrupções de serviços essenciais (como eletricidade, água, sistemas);
- Ineficiências nos processos internos (atrasos no atendimento, falhas de comunicação entre equipes).
A gestão desses riscos visa garantir que os processos sigam de maneira segura e eficiente, evitando interrupções e eventos nos cuidados de saúde.
3- Riscos Financeiros
Estão relacionados à sustentabilidade financeira da organização de saúde. Incluem:
- Cortes orçamentários inesperados, custos elevados devido a litígios ou indenizações por eventos adversos
- Mau gerenciamento de recursos (desperdício de insumos, má alocação de fundos, turnover)
- Fraudes ou perdas financeiras relacionadas à má gestão administrativa
A gestão de riscos financeiros é essencial para garantir que a instituição tenha recursos suficientes para operar de maneira eficiente e prestar atendimento de qualidade, conforme a cultura de segurança do paciente preconiza.
4- Riscos Regulatórios
Envolvem o não cumprimento de normas e legislações vigentes no setor de saúde, como:
- Legislação de segurança do paciente;
- Normas de controle de infecções;
- Proteção de dados dos pacientes (como a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD);
- Requisitos de acreditação e certificação de qualidade;
Não seguir essas regulamentações pode resultar em sanções, multas, perda de licenças, de certificados ou mesmo a interrupção das atividades da instituição.
A relação entre gestão de riscos e a segurança do paciente
A gestão de riscos e a segurança do paciente estão totalmente conectadas na saúde.
Ela envolve a identificação, avaliação e mitigação de potenciais ameaças à integridade dos processos da saúde. Além disso, busca minimizar a ocorrência de erros e eventos adversos.
Portanto, ao implementar estratégias de gestão de riscos, as instituições criam um ambiente mais seguro e confiável, onde a prevenção é priorizada.
Dessa forma, garante-se que os profissionais estejam capacitados para identificar e tratar os riscos antes que eles se transformem em danos aos pacientes.
A gestão de riscos é essencial para reduzir falhas no cuidado, melhorar a qualidade do atendimento e proteger o paciente de danos evitáveis, promovendo uma cultura de segurança contínua e sustentável.
Identificação e classificação de riscos
Existem vários métodos e ferramentas eficazes para identificar riscos em organizações de saúde. Essas abordagens ajudam a detectar potenciais falhas nos processos e aumentar a segurança do paciente.
Abaixo estão os principais métodos e ferramentas utilizados:
1- Análise de Modo e Efeito de Falha (HFMEA) – Matriz de Riscos
O HFMEA é uma ferramenta proativa que analisa processos para identificar onde e como eles podem falhar, avaliando a gravidade, a frequência e a detectabilidade dessas falhas.
A partir dessa análise, é possível implementar melhorias/rotinas preventivas e seguras antes que os riscos se concretizem.
Análise SWOT
Embora amplamente utilizada em diferentes setores, a Análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) é útil no setor de saúde para avaliar riscos internos e externos que podem impactar os serviços de saúde.
Ela ajuda as instituições a mapearem vulnerabilidades e áreas de melhoria. Muitos entendem que essa ferramenta só deve ser utilizada em planejamento estratégico institucional, mas é uma ferramenta para avaliar os processos também.
Mapeamento de Processos
O mapeamento de processos envolve a representação visual das etapas de um processo específico dentro da organização, identificando onde podem ocorrer falhas ou ineficiências.
Essa ferramenta permite a identificação de pontos críticos e a revisão de práticas para mitigar riscos, entendendo cada passo do processo a ser estudado.
Checklists e Protocolos
Checklists padronizados são ferramentas simples e eficazes para garantir que todas as etapas críticas de um processo sejam seguidas corretamente, reduzindo a possibilidade de erro humano.
Um exemplo clássico é o checklist de cirurgia segura da Organização Mundial da Saúde (OMS), que ajuda a reduzir erros cirúrgicos.
Relatórios de Eventos Adversos e Quase-Erros (Near Miss)
A criação de um sistema de notificação de eventos adversos e quase-erros permite que os profissionais de saúde relatem incidentes ou situações de risco.
Isso gera uma base de dados rica para análise de padrões e falhas, ajudando a prevenir incidentes futuros.
Auditorias Internas
Auditorias periódicas permitem avaliar o cumprimento de normas, protocolos e padrões de qualidade. Elas ajudam a identificar áreas de não conformidade que podem representar riscos à operação e à segurança do paciente, possibilitando a implementação de medidas corretivas.
Indicadores de Qualidade e Segurança
O monitoramento de indicadores, como taxa de infecções hospitalares, erros de medicação ou tempo de resposta a emergências, permite identificar tendências e áreas com riscos emergentes.
Esses dados são essenciais para intervenções preventivas.
Visitas e Rondas de Segurança
Realizar rondas de segurança com equipes multidisciplinares, incluindo gestores e profissionais da linha de frente, é uma abordagem prática para identificar riscos in loco.
Essas visitas permitem a observação direta dos ambientes e processos, facilitando a identificação de riscos operacionais e clínicos.
Benchmarking
O benchmarking envolve comparar os indicadores e práticas de uma organização com os padrões do setor ou com instituições de excelência.
Essa comparação pode revelar lacunas e riscos associados à qualidade e à segurança dos serviços prestados.
Faça a classificação de riscos em saúde de acordo com seu impacto e probabilidade
A classificação de riscos de acordo com seu impacto e probabilidade é uma etapa essencial na gestão de riscos, pois permite priorizar as ações a serem tomadas com base na gravidade e na chance de ocorrência desses riscos.
O método mais comum para essa classificação envolve a criação de uma Matriz de Risco:
1- Impacto (Gravidade do Risco)
O impacto de um risco refere-se ao efeito que ele pode causar se ocorrer. Em organizações de saúde, o impacto pode afetar a segurança do paciente, os custos, a reputação, a conformidade regulatória e a continuidade do serviço. O impacto é geralmente classificado em níveis como:
- Baixo: Consequências mínimas, com danos menores e facilmente corrigíveis. Exemplo: pequeno atraso no atendimento sem prejuízo ao paciente.
- Moderado: Consequências limitadas, com algum dano ao paciente ou aos processos, mas que não comprometem gravemente a operação ou a segurança. Exemplo: erro de medicação que não causa efeitos adversos significativos.
- Alto: Consequências sérias, com danos consideráveis à saúde do paciente ou à operação da instituição. Exemplo: falha em um equipamento vital durante uma cirurgia.
- Crítico: Consequências catastróficas, que podem resultar em morte, danos graves permanentes ou interrupção total dos serviços de saúde. Exemplo: infecção hospitalar generalizada devido à falha nos protocolos de controle de infecção.
2-Probabilidade (Chance de Ocorrência)
A probabilidade de um risco refere-se à chance de que ele venha a acontecer. Ela é classificada em níveis que indicam a frequência com que o evento é esperado. As classificações típicas incluem:
- Rara: O risco é muito improvável, ocorrendo raramente. Exemplo: um evento que ocorre uma vez a cada vários anos.
- Improvável: O risco pode ocorrer, mas é pouco provável. Exemplo: um incidente que pode ocorrer uma vez a cada ano.
- Possível: O risco pode ocorrer com uma frequência moderada. Exemplo: um evento que ocorre algumas vezes por ano.
- Provável: É o risco esperado com regularidade. Exemplo: um incidente que pode ocorrer várias vezes em um ano.
- Quase certo: O risco tem uma alta probabilidade de ocorrer com frequência. Exemplo: eventos que ocorrem diariamente ou semanalmente.
3. Matriz de Risco (Impacto x Probabilidade)
A matriz de risco é uma ferramenta visual que cruza os níveis de impacto e probabilidade para ajudar na priorização dos riscos. Ela é estruturada em uma tabela ou gráfico, onde:
As interseções entre impacto e probabilidade definem a criticidade do risco, que pode ser classificada em categorias como:
- Baixo risco: Riscos com impacto e probabilidade baixos. Podem ser monitorados, mas não exigem ações imediatas;
- Médio risco: Riscos que exigem atenção moderada e possível intervenção preventiva;
- Alto risco: Riscos que demandam medidas corretivas ou preventivas imediatas, pois têm alto potencial de danos;
- Risco crítico: Riscos que necessitam de ação urgente, devido à alta probabilidade e impacto severo.
4. Prioridade de Ação
Após a classificação, devemos priorizar os riscos para a implementação de medidas.
Riscos críticos e de alto impacto e probabilidade exigem ações imediatas, enquanto riscos de baixo impacto e probabilidade podem ser apenas monitorados regularmente.
A classificação de riscos em Saúde garante a qualidade do atendimento prestado
A gestão de riscos no ambiente de saúde não é apenas uma necessidade, mas uma responsabilidade fundamental para garantir a segurança e a qualidade do atendimento prestado aos pacientes.
Ao classificar e priorizar os riscos com base em seu impacto e probabilidade, as instituições de saúde podem implementar estratégias eficazes que não apenas minimizam eventos adversos, mas também promovem uma cultura de segurança contínua.
A utilização de ferramentas de identificação e avaliação de riscos, como a Matriz de Risco, Auditorias Internas e Análises de Eventos Adversos, é imprescindível para criar um ambiente onde a prevenção é prioridade.
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