De antemão, a Auditoria interna utilizada por instituições de saúde públicas e privadas e operadoras de planos de saúde, vem se destacando como instrumento capaz de auxiliar o processo de gestão e qualificação da assistência.
As auditorias existem para trazer benefícios para a própria organização, além da segurança dos pacientes e parceiros.
Na prática tudo é mais difícil, sabemos disso, qualquer erro pode ser crucial. Então a estratégia é elaborar um Programa de Auditoria Interna transparente, coesa e fidedigna para convencer, sensibilizar. Acima de tudo, o auditor deve acreditar que as auditorias são oportunidades de melhorias para que ele ou um comitê de auditores internos possam convencer as equipes, através de exemplos e resultados.
O Efeito da Auditoria interna.
Uma pesquisa realizada pela International Journal for Quality in Health Care em 2019 avaliou o efeito das auditorias internas nos resultados clínicos, cultura de segurança e clima organizacional nas organizações de saúde e obteve esses dados, depois da implementação da sistemática:
- O percentual de pacientes que passavam por pelo menos 1 evento adverso diminuiu de 36.1% para 31.3%;
- O percentual de pacientes que passavam por pelo menos 1 evento adverso evitável diminuiu de 5.5% para 3.6%;
- Houve aumento da segurança do paciente durante a estadia no hospital;
- Houve aumento na qualidade do cuidado nos hospitais.
A importância do Feedback após auditorias.
O feedback verbal ou escrito das auditorias realizadas ajuda a melhorar a performance dos colaboradores, encorajando-os a adaptarem suas técnicas às necessidades dos pacientes.
E há melhoria, também, do ambiente de trabalho, do engajamento profissional e da satisfação dos colaboradores.
“A auditoria interna promove responsabilidades e autonomias, não culpados”.
Os profissionais de uma organização não devem dizer e nem pensar que: “irão sofrer uma auditoria na semana que vem”. Sofrer?
Os profissionais devem ser sensibilizados e entenderem que a auditoria traz oportunidades únicas de melhorias contínuas, traz aprendizado e traz maturidade. Afinal de contas, todos os profissionais que trabalham numa empresa, precisam de feedbacks.
Um indicador, um relatório e o resultado de uma prova ou teste são feedbacks de algo que aprendemos ou agimos. O feedback é um demonstrativo do passado e nunca do futuro, então devemos aprender com ele e nos aprimorar sempre. A auditoria interna disponibiliza um relatório final, logo, é um feedback.
Se os profissionais ficarem com o pensamento em “sofrer uma auditoria” e não “passar por uma auditoria”, eles não aproveitarão o espaço e o rico momento como aprendizagem, interação e oportunidade.
A auditoria e a gestão de qualidade
A auditoria e a gestão de qualidade se complementam como meio para adequar, controlar, registrar e analisar processos e resultados para atender aos pacientes de forma qualificada, segura e eficaz.
Destaca-se o papel da auditoria ao auxiliar a gestão de custos, principalmente no sentido da sustentabilidade financeira das instituições, no uso racional de recursos, na possibilidade de direcionar investimentos segundo prioridades, na incorporação de novas tecnologias que repercutem na manutenção da assistência prestada.
A seguir seguem as competências pessoais do auditor interno:
- Decisivo: capaz de chegar à conclusão dentro do tempo proposto
- Autoconfiante: ser independente de suas ações, seguro
- Aberto a melhorias: ser capaz de retirar um aprendizado em qualquer situação
- Sensível a outras culturas: respeitar a cultura do auditado
- Colaborativo: realizar suas atividades incluindo e interagindo com os outros.
- Ético: valor, moral e verdadeiro
- Diplomático: capaz de lidar com todo tipo de pessoa
- Observador: ver o que ninguém vê
- Perceptivo: perceber o que está a sua volta
- Versátil: adaptável as situações ou condições
- Tenaz: capaz de focar no objetivo sem desvios
Os conhecimentos e habilidades devem ser tanto gerais quanto específicos, o que irá contribuir na busca de um resultado.
Os auditores estarem de acordo com as normas e requisitos da própria organização é obrigação. De nada adianta pregar qualidade e não praticar. Então, a primeira coisa que o auditor interno deve disseminar é que qualidade é cultura.
Os auditores são parceiros dos gestores, auxiliando-os a atingir seus objetivos de maneira mais efetiva.
Os gestores, por sua vez, tem um papel muito importante na gestão de riscos da organização, são responsáveis diretos pelos sistemas operacionais e seus controles internos.
A alta administração por sua vez deve dar o respaldo necessário para a condução das atividades de auditoria, bem como a implantação das recomendações constantes nos relatórios de auditoria.
Os auditores internos podem estar numa situação única para ajudar as suas empresas a eliminar desperdícios, simplificar tarefas e reduzir custos.
Portanto, os profissionais devem entender que auditoria interna não é bicho papão. Se correr o bicho pega e se as equipes se unirem o bicho some.
E quem é o bicho? O evento ou dano? A não conformidade? A fragilidade? O medo? A apatia? Ou todos juntos?
Não tenham medo da auditoria interna, ela uma aliada, é uma parceria e uma ferramenta de primeira grandeza. Use e abuse dela.
“Nunca as organizações da saúde se preocuparam tanto com a aplicabilidade segura e eficaz da gestão de seus serviços, assumindo um compromisso com qualidade.”
Dr. Fábio Leite Gastal (Presidente do Conselho de Administração da ONA).
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Revisado em: 05/05/2022.