Metas internacionais de segurança do paciente: Conheça a importância

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Catia Albuquerque

Catia Albuquerque

As metas internacionais de segurança do paciente são protegidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições para melhorar a segurança e a qualidade dos cuidados de saúde em todo o mundo. Essas metas foram aprimoradas com o objetivo de prevenir danos evitáveis ​​aos pacientes durante a prestação de cuidados de saúde.

As metas internacionais de segurança do paciente abordam diferentes aspectos da segurança do mesmo, identificando áreas específicas de preocupação e fornecendo orientações para sua melhoria.

Continue a leitura para saber mais a respeito das metas internacionais voltadas à segurança do paciente e como elas impactam na prática.

Organizações envolvidas na definição das metas

As organizações de saúde trabalham em conjunto para estabelecer diretrizes e padrões que visam garantir a segurança dos pacientes por meio de uma colaboração multidisciplinar e de parcerias estratégicas.

Aqui estão algumas maneiras pelas quais essas organizações colaboram:

Agências reguladoras e governamentais

Agências reguladoras, como a Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil, cumprem um papel fundamental na definição de diretrizes e normas de segurança do paciente.

Elas estabelecem regulamentos e requisitos para a prática clínica, segurança dos medicamentos, dispositivos médicos, protocolos de higiene e outras áreas relacionadas à segurança do paciente.

Essas agências também monitoram e fiscalizam o cumprimento dessas diretrizes.

Organizações de acreditação

Existem organizações independentes de acreditação, como a Joint Commission International (JCI,) Accreditation Canada (Qmentum), Accreditation Espanhola (ACSA), Acreditação Nacional (ONA), entre outras, com particularidades para laboratórios e clínicas especializadas que estabelecem padrões e avaliam a qualidade e segurança dos serviços de saúde.

Essas organizações seguem diretrizes em evidência e norteiam as diretrizes de saúde para garantir que estejam em conformidade com os padrões.

Colaboração entre instituições de saúde

As instituições de saúde, muitas vezes, trabalham em conjunto para desenvolver diretrizes e melhores práticas em áreas específicas da segurança do paciente. Por exemplo, podem ser elaborados comitês de segurança do paciente compostos por profissionais de diferentes disciplinas (médicos, enfermeiros, farmacêuticos, administradores) para revisar incidentes, compartilhar informações e propor melhorias.

Ao trabalharem em conjunto, essas instituições são organizadas para o desenvolvimento contínuo de diretrizes e padrões que visam garantir a segurança do paciente.

Descrição das metas internacionais de segurança do paciente

Meta 1. Identificação correta do paciente: 

Garantir uma identificação correta de cada paciente para evitar erros e trocas de pacientes e garantir que o paciente receba o tratamento correto. São obrigatórios 02 marcadores de segurança que devem ser utilizados em cada passo ou ação pertinente ao paciente (agendamento, cadastro, acolhimento, pulseiras ou etiquetas de identificação, pertences, exames, prontuário, etc).

Quase na sua totalidade, os dois marcadores escolhidos são o Nome Completo do Paciente e Data de Nascimento e o nome completo da mãe para caso de homônimo. Esses marcadores devem ser questionados e conferidos a cada passo do paciente dentro da instituição de saúde, desde clínicas, laboratórios e hospitais.

Meta 2. Comunicação efetiva:

Melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde para garantir uma transferência adequada de informações e evitar erros de comunicação que possam afetar a segurança do paciente.

Mitigar as chances de ruídos e desvios com alinhamentos, padronizações e validações através de uma comunicação institucional, séria, objetiva e clara. Sem esquecer que a comunicação deve ser evidenciada.

Prontuários, folders, comunicados internos e externos, relatórios, indicadores, Protocolos/Manuais/Políticas, Atas de reuniões, feedbacks, entre tantos outros, são exemplos de meios de comunicação efetiva.

Meta 3. Uso seguro de medicamentos

Estimular o uso seguro e a administração correta de medicamentos, evitando erros em toda a cadeia medicamentosa. Seja por meio de padronizações de materiais, medicamentos e insumos, ou através da gestão eficaz tanto na farmácia logística como na farmácia clínica.

Entender que a cadeia medicamentosa é responsabilidade de todos os envolvidos nas linhas de cuidados e a gestão está sob o cuidado da Farmácia.

Meta 4. Cirurgias seguras

Reduzir os riscos associados a procedimentos cirúrgicos, garantindo a implementação de medidas de segurança com a implementação do Programa de Cirurgia Segura, contemplando desde pequenos procedimentos até as cirurgias de mais alta complexidade.

Definir os protocolos e marcadores de segurança, mensurar, tratar e tomar as ações de melhorias, quando necessário.

Seguem alguns dos principais marcadores a serem gerenciados: identificação do paciente, termos de consentimentos cirúrgicos e anestésicos, antibiótico profilático, time out, demarcação de lateralidade, tricotomia, alta segura, infecção cirúrgica, entre outros.

Meta 5. Higienização das Mãos para prevenção de complicações relacionadas à assistência à saúde 

Implementar práticas de prevenção de incompatibilidade, como higiene das mãos, precauções de isolamento e uso adequado de equipamentos de proteção individual, para reduzir a ocorrência de complicações associadas à assistência à saúde.

Meta 6. Prevenção do risco de queda e lesão por pressão

  • Prevenção de queda: identificar pacientes com risco de queda, que normalmente recebem uma pulseira ou algum marcador de identificação de determinada cor. O objetivo é agir preventivamente, evitando esse tipo de evento e eventuais lesões. A avaliação do risco é realizada a partir da entrada do paciente com critérios definidos de acordo com o perfil de público de cada instituição e saúde, com base nas condições clínicas e necessidades do usuário. Todos os pacientes e acompanhantes devem ser devidamente orientados sobre os riscos.
  • Prevenção de lesões por pressão: identificar os pacientes com risco de desenvolver lesões (popularmente chamadas de escaras e úlceras por pressão) no corpo durante o período de internação. O objetivo é reduzir a ocorrência de lesões. A avaliação do risco é realizada, diariamente, com base nas condições clínicas apresentadas pelo paciente, para aplicação de medidas de prevenção como não deixar lençóis enrolados ou enrugados, mudança de decúbito a cada determinado período, colchões apropriados, interação e sensibilização do acompanhante, entre outas ações simples, mas que trazem resultados extremamente eficazes.

Impacto das metas na segurança do paciente

Nos últimos anos o tema Segurança do Paciente, embasado pela NR 36 – Programa de Segurança do Paciente de 2013, ou seja, que está completando 10 anos em 2023, vem sendo amplamente discutido na busca da melhoria da qualidade da assistência da saúde. Isso se dá por conta de eventos adversos relacionados à assistência, que são frequentes e cruéis para o paciente, familiares, profissionais, sustentabilidade financeira e de imagem da instituição.

O relatório sobre erros relacionados com a assistência à saúde “Errar é humano: construindo um sistema de saúde mais seguro”, aponta a elevada ocorrência de eventos adversos nos hospitais, sendo 44.000 a 98.000 óbitos evitáveis por ano nos EUA.

As metas internacionais de segurança do paciente têm ajudado a implementar processos mais seguros, a padronização de ações e a capacitação e desenvolvimento dos profissionais de saúde.

As perdas adquiridas durante a internação hospitalar, por exemplo, representam um risco significativo para os pacientes e um custo evitável para a instituição. Como metas de segurança do paciente visam reduzir desperdícios, tratar os “gaps”, mitigar os riscos, diminuir a comunicação emocional que pode levar a erros e falta de coordenação nos cuidados e aplicar a cultura de melhorias contínuas, só podemos ter aumento na segurança da assistência e na expectativa do usuário da saúde.

Benefícios da adesão às metas de segurança do paciente

A adesão às metas de segurança do paciente traz benefícios tangíveis, incluindo:

  • melhor qualidade do cuidado;
  • redução de eventos adversos;
  • aumento da segurança do paciente;
  • melhor comunicação e coordenação;
  • promoção de uma cultura de segurança.

Esses benefícios resultaram para a melhoria geral dos cuidados de saúde e para a proteção e bem-estar dos pacientes e da instituição como um todo.

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