Evento adverso na cadeia medicamentosa

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Catia Albuquerque

Catia Albuquerque

Na semana passada falei de Meios para prevenir incidente e eventos adversos  e hoje, para fecharmos o tema, vou falar sobre evento adverso na cadeia medicamentosa. Boa leitura!

Riscos e a cultura de Segurança do Paciente

Para mitigar as chances dos eventos acontecerem, temos que trabalhar o gerenciamento de riscos, com:

  • matrizes de riscos;
  • criticidades;
  • ações;
  • e principalmente o fluxo de notificações de não conformidades e evento.

Na área da saúde, notificar é um ato de cidadania, de compromisso com os pacientes, com os profissionais de saúde, com a Instituição e mais, de compromisso com a população brasileira.

Contudo, o medo ou a culpa por ter errado é um dos primeiros fatores que levam pessoas a não notificarem um evento ou uma não conformidade. Porém,  aderir o fluxo das notificações internas pode evitar que reincidências ocorram.

O que leva a não notificação de um Não conformidade ou evento Adverso

são vários os fatores que contribuem para o não registro de uma NC ou evento, entre ele destacamos:

  •  A insegurança da notificação ser julgada como tola ou insignificante – é um fator determinante para a recusa em notificar, o que não justifica, pois todas as informações são muito importantes.
  • Um outro  que considero um “pecado” é a apatia – que leva profissionais a não notificarem simplesmente porque consideram não terem tempo, não consideram importante ou por egoísmo usando a celebre frase “não foi comigo mesmo”. Esse é o erro mais grave, pois, todo profissional da área de  saúde, tem a responsabilidade sobre a segurança dos  pacientes.

Então, sempre que um risco for detectado ou  um evento adverso ocorrer devemos notificar. Com as notificações, todos são beneficiados!

Ações para evitar incidente e evento adverso na cadeia medicamentosa

Exitem orgãos competentes que identificam, analisam e tomam ações eficazes para combater os riscos desnecessários, para isso devemos implantar algumas Comissões que analisam os desvios de qualidade, são eles:  Tecnovigilância, Farmacovigilância e Hemovigilância.

Seguem abaixo os principais motivos de reações adversas e pedidos de indenização por erros na cadeia medicamentosa:

  • Prescrição não realizada ou atrasada;
  • Incidentes com anticoagulantes;
  • Erros associados à insulina;
  • Incidentes com drogas que exigem monitoramento por exame de sangue;
  • Ocorrência de reação alérgica já conhecida;
  • Interações medicamentosas;
  • Eventos adversos decorrentes de drogas anti-inflamatórias não esteroides.

Medicamentos potencialmente perigosos, também denominados medicamentos de alta vigilância ou alto risco, são aqueles que apresentam risco aumentado em provocar danos significativos aos pacientes quando há falhas no fluxo aplicado. O medicamento de alto risco deve ser tratado de forma diferenciada e segura durante todo o seu fluxo, desde a prescrição até a administração ao paciente.

Cuidados cadeia medicamentosa:

A prescrição correta de medicamento deve conter:

  • Nome da Instituição
  • Nome do paciente e data de nascimento (Meta 1)
  • Nome do médico solicitante com CRM
  • Data da prescrição
  • Legibilidade
  • Siglas padronizadas ao invés de abreviaturas sem critérios
  • Cuidado com nomes semelhantes de medicamentos (DOPAmina e DOBUtamina; ClorproPAMIDA e ClorproMAZINA; VimBLASTina e VinCRIStina.
  • Dose (diluição, horários ou quantidade)
  • Alergias

O que as farmácias devem garantir:

  • A análise da prescrição do medicamento
  • A intervenção, quando necessário
  • O acondicionamento correto (bins separados, rótulos diferenciados)
  • Dispensação segura e diferenciada (embalagens vermelhas, etiquetas coloridas)
  • Treinamento e disponibilidade de “banners” para a enfermagem com os nomes dos medicamentos, tipos de riscos e prevenções.

A enfermagem deve:

  • Administrar o medicamento correto, da forma correta e no paciente correto
  • Efetuar a dupla checagem na prescrição médica
  • Avaliar e monitorar os potenciais riscos ao paciente

O artigo 30 do Código de Ética do Profissional de Enfermagem, proíbe ao profissional de enfermagem: “Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar‐se da possibilidade dos riscos”. Portanto a equipe interdisciplinar deve garantir a assistência segura ao paciente.

Todas as ações tomadas pela equipe envolvida na linha do cuidado do medicamento de alta vigilância deve ser evidenciada em prontuário para garantir a continuidade dos cuidados ao paciente.

Qualquer intercorrência ou dano provocado durante o fluxo do medicamento de alto risco ou alta vigilância deve ser notificado e tratado no Núcleo de Segurança do Paciente e se necessário, na Comissão de Farmacovigilância.

Por que o médico opta por prescrever um medicamento de alta vigilância ou alto risco? Porque a conduta médica é analisada entre os possíveis riscos, que podem ou não ser controlados pela equipe envolvida, e os benefícios que o medicamento trará no tratamento e restabelecimento da saúde do paciente. Cabendo à equipe multidisciplinar monitorar de forma a prevenir e mitigar as chances dos riscos atingirem o paciente.

Portanto plagiando o tema do meu próprio livro: Segurança do paciente NÃO É OPÇÃO, é caráter institucional.

Referências bibliográficas:

RDC 36/2013

Ministério da Saúde

Resolução COFEN nº 311/2007. Aprova a Reformulação do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. 

 

 

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