A liderança feminina na saúde brasileira

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Catia Albuquerque

Catia Albuquerque

Antes de falar sobre Liderança  Feminina, a igualdade de gênero e diversidade no segmento de trabalho têm sido temas cada vez mais discutidos dentro e fora das organizações. Os tempos mudaram, o público feminino representa apenas 40% da população economicamente ativa, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Embora tenhamos conquistado uma participação mais expressiva no mercado, um estudo recente do Insper revelou que, no Brasil, apenas 13% das empresas têm liderança Feminina. O cenário se replica em diversos setores, inclusive na Saúde.

Representamos 65% dos profissionais da Saúde, mas no âmbito “tomada de decisões”, o número de mulheres em cargos de gestão e liderança ainda é baixo. Segundo publicado Ipsos, três em cada dez brasileiros admitem que se sentem desconfortáveis em ter uma mulher como gestora.

O mundo está mudando

Apesar das inúmeras barreiras, as mulheres têm conquistado cada vez mais seu espaço no mercado de trabalho, sendo mais participativas e ouvidas.

Mulheres que acreditam no seu potencial e homens que enxergam neles e nelas igualdade de possibilidade profissional, são a base de uma sociedade mais igualitária.

Ainda mais empoderadas, mulheres se destacam na Saúde

Só de conseguirmos alcançar esse aumento de mulheres nos últimos anos, enxergamos a importância dessa sensibilidade feminina na área. Mas é preciso que em qualquer área não haja discriminação. A competência jamais pode ser medida pelo gênero do profissional. Há várias classes que ainda precisam ampliar esse espaço.

Minha história como mulher na Gestão da Qualidade

Sou fundadora e consultora líder da empresa CQ –  Consultoria Gestão em Saúde e tenho mais de 33 anos de experiência na gestão da qualidade, sendo que a primeira década foi voltada ao segmento metalúrgico.

Tenho uma equipe formada por consultores e analista da qualidade. Sendo que, por total coincidência, as consultoras são mulheres, mas, por minha opção, escolhi profissionais super, hiper, mega empoderadas, preparadas, capacitadas e que “arrasam” nos serviços e propósitos da nossa empresa. Não é uma empresa feminista, mas é uma empresa que entende o poder das mulheres em serviços que requer atitude, conhecimento, dinamismo e poder de convencimento.

Então, saiba que os homens também são bem vindos na empresa e devem ser igualmente empoderados, preparados, capacitados, sem diferença de gênero. Os que já trabalham conosco  “arrasam” da mesma forma.

Quando iniciei no ramo da gestão da qualidade empresarial, em empresas metalúrgicas, o domínio era masculino. Quantas e quantas vezes sentei a mesas de reuniões totalmente masculinas, onde automaticamente eu me transformava, ou me transformavam, em secretária dessas reuniões.

Mas por eu ser, desde muito nova, uma garimpeira de informações, sempre anotei muito (meu diferencial são as anotações) e com isso sempre aprendi muito.

Parti para a área da saúde sem conhecer absolutamente nada de saúde e fui contratada com a missão de trazer para a organização um selo da qualidade ONA Nível I, no prazo de um ano, com o detalhe de eu desconhecer a norma a ser aplicada, desconhecer o segmento da saúde e ser uma organização com muitas filiais.

O resultado foi que alcançamos em um ano o selo de acreditação da qualidade na saúde ONA Nível II, pulamos o Nível I, com total mérito de todos os profissionais da instituição, mas sim, sob minhas orientações.

Após essa conquista, ganhei uma promoção para um cargo de staff, pude montar uma equipe da qualidade e ganhei a maior e melhor sala, construída para mim e minha equipe.

Por que estou contando o início e a proeza disso tudo? Porque precisamos entender que sim, o empoderamento feminino vem através de muito estudo, muita responsabilidade, muita competência e muita equidade.

Permaneci por anos nessa empresa e depois senti a necessidade de expandir meus conhecimentos e mostrar ao mundo da saúde porque eu fazia a diferença, junto às equipes de trabalho.

Trabalhei como gestora da qualidade em laboratórios, hospitais desde a menor até a mais alta complexidade, redes, entre outros. Sempre aprendendo e anotando.

Quando eu comecei a ser conhecida como a Cátia da Qualidade, entendi que seria o momento de eu fundar minha empresa e ajudar as organizações com norteamentos e processos educativos para a adesão da cultura de segurança do paciente e gestão da qualidade. Por isso o nome CQCátia Qualidade

O meu processo de amadurecimento no decorrer dos anos é nítido, e ainda amadureço a cada dia. Nessas três décadas de trabalho na gestão da qualidade, não posso dizer que sofri preconceito, discriminação ou até mesmo bulling por ser mulher. Posso ser um caso em milhões, pode ser sorte ou pode ser pelo meu método de trabalho sendo muito incisiva, quando necessário, mas com a doçura e jogo de cintura que só a mulher sabe proporcionar.

Sou uma profissional realizada, mas não adormecida. Quero mais e muito mais. Minha missão é multiplicar e disseminar junto à equipe da CQ a cultura de cuidados seguros e humanizados na saúde.

Como toda mãe, esposa e dona de casa, tive acertos e erros. Porém nunca me senti culpada por deixá-los para ir trabalhar, pois entendo que dei exemplos e meus filhos hoje, com suas famílias, são trabalhadores e empoderam suas esposas com igualdade profissional e familiar, no emprego, nos serviços domésticos e nos cuidados com meus netos. E meu marido e parceiro, sempre me empoderou e me incentivou a ser mulher profissional ética e sem deslumbre de cargos e hierarquias, mas com foco no resultado pretendido.

Escrevi meu livro Segurança do Paciente NÃO É OPÇÃO, é caráter institucional e estou concorrendo as 100 mais influentes da saúde 2022 – Oscar da saúde – pela Healthcare Management. Ou seja, sou uma mulher batalhadora e que quer deixar um legado na gestão da saúde.

Sou uma entusiasta esperançosa e enxergo que a cada dia a mulher abre seus caminhos profissionais.  Não vejo retrocesso à frente.

Portanto, meninas e mulheres, não desistam dos seus ideais. Se por acaso pretender ser profissionais da qualidade na saúde, se joguem de cabeça, é uma área maravilhosa e que nós mulheres podemos fazer a diferença nessa saúde tão necessitada nesse mundão afora.

Eu gostaria de citar várias lideranças femininas na saúde que eu tenho o prazer de conhecer pessoalmente e por ser fã, mas seriam muitas, portanto escolhi duas mulheres que fazem a diferença em dois hospitais que lutam muito financeiramente para poder acolher de forma segura e humanizada cada paciente, cada cidadão de suas cidades ou região. E elas representam várias mulheres empoderadas dentro de suas funções e responsabilidades.

Seguem abaixo duas demonstrações de seus trabalhos tão diferenciados e maravilhosos.

Renata

 

“Mulheres estão fazendo mudanças significativas na sociedade e ocupando cada vez mais o espaço de “lideranças” com maioria atual de homens. Me sinto muito feliz e realizada ocupando o cargo de superintendente em um Hospital de médio porte, e poder fazer diferença na gestão juntamente do meu time.  Me capacitei muito para chegar onde estou, mas mesmo capacitada não podemos ter medo de enfrentar desafios, as metas precisam ser traçadas e o empenho deve ser diário. As características principais que eu caracterizo como responsáveis por minha conquista são: conhecimento técnico, equilíbrio emocional, humildade e gestão participativa. Recentemente conquistamos o certificado de Acreditação e este ato veio chancelar todo meu empenho e do meu time. Vale a pena lutar e acreditar que podemos assumir cargos de liderança e entregar resultados surpreendentes.”

Renata Rennê Ribeiro Finamor Alvarenga

Superintendente há 10 anos na Santa Casa de Misericórdia de Itajubá/Minas Gerais.

 

Dr Célia

Quando  uma mulher passa,  abre caminhos , para outras mulheres também seguir o exemplo, inspirando as que  almejam se desafiar e mudar o planeta, trilhando histórias, deixando marcas, ganhando espaço no mundo corporativo masculino. É a liderança feminina que está transformando a Cultura Organizacional de muitas empresas, mudando o comportamento e entendimento do olhar para uma sociedade. Líder é alguém que serve, que luta para melhorar cada dia e que faz com que uma equipe consiga os objetivos de crescimento e evolução.

Sou médica, Colombiana, com coração brasileiro, filha, irmã, esposa, mãe, feliz de poder dar meu aporte na Santa Casa de Andradas como administradora há quatro anos… é um desafio constante!!

A luta por superação e por demostrar que podemos fortalecer assim cheguem muitas críticas e dificuldades é um aprendizado diário que tem que ser superado. No final o sucesso é a diferença que você faz na vida das pessoas!!!

Dra. Cecilia del Pilar Castro Staut

Diretora Administrativa da Santa Casa de Misericórdia de Andradas/Minas Gerais

 Que tenhamos muito orgulho do dia 08 de março. Sabemos que é um dia simbólico da luta das mulheres. Mas que aproveitemos esse simbolismo para mostrarmos que não devemos ser vítimas da sociedade e sim um modelo de força, resiliência e capacitação. Temos muito a conquistar, mas já conquistamos muito nas últimas décadas e as próximas gerações têm a obrigação de dar continuidade a essas conquistas.

Então mulheres, vamos lá, em frente!

Postado por Forlogic | www.forlogic.net
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Revisado em: 05/05/2022.

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