A metodologia HFMEA é uma importante ferramenta para gestão de risco e tratativa de incidentes, especialmente naqueles de dano grave e até mesmo óbito.
Este processo é uma adaptação do método FMEA, que é a sigla para Failure Mode and Effect Analysis, ou, traduzindo, Análise de Modos de Falha e Efeitos.
Apesar de amplamente utilizado na indústria automobilística, o FMEA na saúde foi incorporado com sucesso, dentro de um contexto do Lean Health.
O que é a metodologia HFMEA?
O FMEA apoia as organizações na identificação dos potenciais riscos, viabilizando sua gestão de modo a evitar sua materialização.
Na área da saúde, esta ferramenta ganha uma letra a mais, o H (Healthcare, em português, assistência médica). Dessa forma, podemos traduzir HFMEA como Análise do Modo de Falha e Efeitos na Assistência Médica.
Assim, a metodologia HFMEA colabora para a identificação e análise de eventuais falhas em um processo, função ou serviço.
Quais os benefícios da aplicação da HFMEA na Saúde
A robustez da HFMEA, que foi exaustivamente usado na indústria automobilística, é um ponto forte da ferramenta. Isso se reflete em sua efetividade na prevenção de falhas, podem custar vidas, tanto na saúde como na indústria automobilística.
Podemos destacar diversos benefícios específicos do uso da metodologia. Entre eles, estão a redução de erros médicos, a melhoria da segurança do paciente e o aumento da qualidade dos serviços de saúde.
Desafios comuns na aplicação da metodologia HFMEA:
Quanto às dificuldades, podemos destacar a cultura de gestão de potenciais falhas, que precisa ser trabalhada com mais consciência crítica e analítica na área da saúde.
As organizações precisam transpor barreiras culturais para que a implementação da metodologia HFMEA seja bem-sucedida. Uma das maneiras de enfrentá-las é a desmistificação da busca por culpados.
Também precisamos estar atentos à banalização da ferramenta. Por isso, a recomendação é que, dada sua complexidade, ela seja usada apenas para eventos com danos graves e óbito.
Quais são as etapas da metodologia HFMEA?
A HFMEA nos traz etapas claras para identificação de:
- Modo de falha (não atendimento de uma função),
- Efeito (consequência do modo de falha),
- Causa (eventos que geram a falha);
- Controles (prevenção das falhas).
Incluindo, ainda, recursos para avaliação de gravidade, probabilidade, detecção e priorização de ações corretivas.
Exemplos de aplicação da metodologia HFMEA
A tabela abaixo ilustra dois exemplos de desdobramento da HFMEA, com foco na gestão de riscos relacionados ao atendimento de pacientes.
Implementando a HFMEA no gerenciamento de riscos: dicas práticas
Para que a prática seja efetiva, é recomendável que a equipe que irá atuar na aplicação da ferramenta seja qualificada. Neste caso, o ideal seria que a qualificação seja tanto no uso da ferramenta, como no conhecimento dos processos ou projetos avaliados.
Os dados colhidos são cruciais para que o direcionamento das ações seja assertivo. Com isso, é importante que a instituição tenha uma base de dados confiável e validada.
Por fim, a definição da probabilidade requer a acurácia da equipe e dos dados. Isso é importante para que pequenas falhas não sejam priorizadas em detrimento de falhas de maior relevância.
Em resumo, é necessário haver:
- Definição da análise (processo, projeto ou produto);
- Escalonamento do time responsável;
- Identificação dos modos de falhas;
- Classificação dos possíveis impactos;
- Estudo das causas ou principais motivadores da falha;
- Priorização das falhas, envolvendo cálculo da severidade, probabilidade de ocorrência e probabilidade de detecção.
- Estruturação de um plano de ação, para se chegar ao resultado esperado.
Como você pode observar, a metodologia HFMEA é uma ferramenta valiosa para a gestão de riscos na área da Saúde. Espero que este artigo tenha ajudado a compreender mais sobre este recurso e tenha contribuído para seus conhecimentos. Até a próxima!
