Quando falamos em Gestão de Riscos na área da saúde, imediatamente nos reportamos a uma situação indesejada que cause dano ao paciente. Contudo, risco é o efeito da incerteza ou a possibilidade de que um evento ocorra e afete, positiva ou negativamente, os objetivos do processo. Portanto, vale ressaltar que problemas são diferentes de “riscos”.
Problema tem a visão do passado (do que já aconteceu), enquanto risco tem a visão do futuro (do que pode vir a acontecer). Então, podemos concluir que o problema é o fato ocorrido, ou seja, o risco já concretizado.
Explicado isso, podemos afirmar que a gestão de riscos é um conjunto de atividades coordenadas para dirigir e controlar os riscos de uma organização. Neste cenário, as práticas essenciais de gestão de riscos são:
- Identificar;
- Analisar e avaliar;
- Classificar;
- Priorizar;
- Tratar;
- Mitigar;
- Monitorar os Riscos.
Enfim, devemos ter em vista que estamos lidando com vidas, e um risco concretizado pode resultar no óbito de um paciente.
Considerando sua relevância na área da saúde, a gestão de riscos é uma exigência de diversas certificações, como, por exemplo:
- a ISO 9001:2015
- o MEG – Modelo de Excelência da Gestão da FNQ;
- a Acreditação ONA de serviços de saúde;
- e a Acreditação de Operadoras pela ANS.
Gestão de riscos: identificando, avaliando e classificando
A implantação da gestão de riscos em um serviço de saúde (hospital, clínica, laboratório, operadora, etc.) exige a definição clara dos processos da organização e a criação de um grupo de pessoas responsáveis pelo projeto.
Iniciar a análise dos riscos priorizando os processos principais da cadeia de valor, diretamente relacionados à assistência e segurança do cliente, é uma alternativa interessante para implantar a gestão de riscos na área da saúde de forma mais sustentável.
Como identificar riscos
Uma ferramenta comumente utilizada para identificar os riscos dos processos é o brainstorming. Para identificar os riscos, é importante levar em consideração alguns aspectos, como:
- Possibilidade de ocorrência de evento nas inter-relações dos processos (cadeia cliente/fornecedor);
- Tendências de judicialização;
- Resultados de auditorias internas e externas;
- Resultados de pesquisas de satisfação;
- Relatórios de reclamações de clientes;
- Resultados de análises críticas de indicadores;
- Estratégias da organização.
Como classificar os riscos
A classificação da natureza dos riscos permite agrupá-los em categorias de risco. Em geral, podemos falar em Riscos Estratégicos, Riscos Operacionais e Riscos Financeiros. Vejamos cada um deles:
- Riscos Estratégicos: estão associados à tomada de decisões da Alta Administração, portanto, podem impactar o valor econômico da organização. Exemplo: diminuição da demanda de mercado causada pelo uso de novas tecnologias pela concorrência.
- Riscos Operacionais: estão relacionados às perdas por falhas nos processos internos. Exemplo: perda de clientes por falha na segurança do paciente.
- Riscos Financeiros: estão associados à má administração do fluxo de caixa, impactando nos níveis de endividamento da organização. Exemplo: aquisição de novas tecnologias sem planejamento financeiro de médio e longo prazo e sem a garantia de que os equipamentos gerarão caixa.
Após a identificação e classificação dos riscos, o próximo passo é avaliar a probabilidade de ocorrência do risco e o impacto caso ele se concretize. Essa classificação permitirá, por exemplo, que posicionemos os riscos na Matriz de Riscos para priorizar a definição de ações de mitigação.
A importância da notificação dos riscos assistenciais
Na área da saúde, um fator fundamental na gestão de riscos é desenvolver a cultura de notificação dos riscos pelas equipes envolvidas nos processos da cadeia de valor.
Estabelecer um sistema de notificação de incidentes e eventos, bem como um fluxo prioritário para notificação e controle de incidentes com danos graves e catastróficos, é um fator crítico para a implantação da gestão de riscos na saúde. Para incorporá-la à cultura organizacional, é imprescindível atentar-se a alguns aspectos, como:
- Definir o fluxo para notificação (manual ou eletrônica) dos eventos;
- Assegurar que qualquer colaborador possa notificar um evento;
- Classificar todos os eventos;
- Garantir que danos graves/óbitos sejam notificados, inclusive no Notivisa (sistema de notificação de eventos da Vigilância Sanitária – Anvisa).
Por exemplo, se um paciente cair da maca durante uma sessão de fisioterapia, isso é um evento que precisa ser notificado internamente para avaliação e tratamento pela instituição e simultaneamente registrado na plataforma do Ministério da Saúde, no Notivisa – Anvisa.
É de conhecimento público que esta prática precisa evoluir muito no Brasil, pois as estatísticas do Ministério da Saúde sobre eventos ocorridos e registrados no Notivisa são muito baixas devido à falta de notificação.
Gestão de riscos não é normatização, é melhoria do serviço!
Estou cada dia mais convicta de que a implantação de uma cultura de gestão de riscos é um fator crítico para a melhoria da qualidade da assistência em saúde.
A cultura se desenvolve com engajamento, participação, compartilhamento do conhecimento e, talvez o mais importante, com o entendimento das pessoas sobre os impactos da ocorrência de um risco e sobre o quanto cada um pode contribuir para evitá-los realizando com atenção suas atividades.
Precisamos criar a cultura do registro e da notificação e permitir o erro, pois só assim teremos condições de analisar criticamente os eventos adversos, orientar as equipes, melhorar processos e promover a segurança do paciente!
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Artigo originalmente publicado no dia 10 de abril de 2019.
Este post tem 2 comentários
Eu amei e mim ajudou no trabalho.
Foi muito bom, e a professora amou o trabalho obrigada.
Continua ajudando pessoas e continuar a escrever.
Continua ensinando mas pessoas que Deus abençoe.