Boas Práticas para transformar a política de segurança do paciente em cultura

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A política de segurança do paciente define um conjunto de diretrizes a serem seguidas pelos profissionais de saúde. Portanto, elas protegem o paciente contra riscos, eventos adversos (incidente que resulta em dano à saúde) e danos desnecessários durante a atenção prestada nos serviços de saúde.  E é por isso que há uma grande importância em transformar a política de segurança do paciente.

Sabe-se que de 4% a 7% de todos os pacientes que são admitidos em um serviço de saúde sofrem incidentes relacionados à assistência à saúde (que não está relacionado à sua doença de base), podendo afetar sua saúde e recuperação.

Por exemplo, um paciente que realizou colecistectomia (cirurgia para remoção de cálculos na vesícula biliar) e que após o procedimento cirúrgico sofreu uma queda da maca durante o transporte do Centro Cirúrgico para a enfermaria. Este incidente leva a fratura do fêmur, e, consequentemente, resulta na prolongação do tempo de internação. Em alguns casos, essas falhas podem, inclusive, levar à morte do paciente.

Em resposta a este problema mundial, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou o Programa de Segurança do Paciente que tem como foco a prevenção de eventos adversos evitáveis. Sabe-se que errar é humano e que falhas acontecem nos serviços de saúde. Portanto, é necessário aprender a prevenir as falhas e, principalmente mudar a cultura de interpretação e análise dos incidentes relacionados à assistência à saúde.

No Brasil, o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi lançado em 2013. O objetivo é contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do país. Inclusive envolvendo os pacientes e familiares nas ações de segurança do paciente. 

Este conjunto de esforços dos órgãos reguladores somados à gestão profissionalizada na área da saúde e ao maior envolvimento dos pacientes e familiares em prol da segurança do paciente oportunizam avanços em relação à criação de Políticas e Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) para sistematizar um conjunto de práticas e padrões para prevenir os eventos adversos. 

Tudo isto se concretiza em avanços mensuráveis impactando significativamente na queda dos índices de incidentes, principalmente se conseguirmos transformar as diretrizes e padrões documentados em cultura de cuidado centrado no cliente. Por isto, neste artigo, quero me desafiar a relatar boas práticas que transformam a política de segurança do paciente em cultura.

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O que é política de segurança do paciente?

É um conjunto de diretrizes definido pelo serviço de saúde para garantir a segurança dos pacientes. A política deve conter todas as normativas aprovadas pela diretoria, disseminadas para toda a força de trabalho e que devem ser seguidas por todos os profissionais de saúde da instituição. Contudo, para prevenir, detectar e mitigar os danos desnecessários aos pacientes, associado ao cuidado em saúde.

Com a criação e disseminação da política, o grande desafio das lideranças da área da saúde é internalizar a cultura de segurança e cuidado centrado no paciente. Para assegurar a efetividade desse cuidado e desenvolver a cultura de segurança é essencial envolver, além dos profissionais de saúde, pacientes e familiares para atuar como vigilantes e apoiadores do cumprimento dessas diretrizes. 

O que é cultura de segurança do paciente?

A cultura de segurança de uma organização representa as crenças, atitudes, normas e práticas de trabalho compartilhadas pelos funcionários e administração. Todo o profissional de saúde desempenha um papel crítico na garantia da sua segurança, da segurança do paciente e dos demais envolvidos no cuidado do paciente.  

Com o intuito de contribuir com o desenvolvimento da cultura de segurança do paciente é fundamental que o serviço de saúde implemente boas práticas que transformem as diretrizes descritas na política em ações de rotina dos profissionais de saúde. Mas afinal, o que são boas práticas de segurança do paciente?

Boas Práticas são todos os estudos e referenciais que demonstram de que forma o padrão do processo gerencial é efetivamente implementado na organização. As boas práticas de segurança são padrões de referência com base nas melhores práticas gerenciais para diminuição ou eliminação dos riscos na assistência em saúde que podem causar danos ao paciente. 

A segurança do paciente envolve ações promovidas pelas instituições de saúde e ensino para reduzir a um mínimo aceitável, o risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde. 

Boas práticas para transformar a política em cultura

Em geral a política de segurança do paciente contém um conjunto de diretrizes relacionadas ao cumprimento das metas internacionais de segurança do paciente e está disseminada em toda a organização. 

Com o intuito de contribuir com o fortalecimento da cultura de segurança do paciente e assegurar o cumprimento das diretrizes contidas na política é interessante adotar boas práticas que transformem essa política em ações internalizadas nos profissionais de saúde, nos processos do negócio e nas rotinas assistenciais. A seguir apresenta-se um conjunto de boas práticas:

Criação do Núcleo de Segurança do Paciente

Definição dos membros do núcleo responsável pela segurança do paciente nos serviços de saúde, com Plano de Segurança do Paciente (PSP) elaborado e acompanhado visando à notificação, análise e redução dos incidentes.

Implementação de Protocolos

Estabelecimento de protocolos relacionados às metas internacionais de segurança do paciente, tais como: 

  • Protocolos de Identificação do Paciente; 
  • Prática de Higiene das Mãos; 
  • Segurança Cirúrgica; 
  • Prevenção de Quedas e de Lesão por Pressão; 
  • Segurança na Prescrição, 
  • Uso e Administração de Medicamentos. 

Após a criação dos protocolos por equipe multiprofissional e respectiva aprovação pela instância superior, é essencial disseminar aos profissionais de saúde envolvidos no cuidado do paciente e monitorar a adoção e cumprimento dos mesmos.

Notificação de Incidentes

A notificação permite conhecer os incidentes que ocorrem nos serviços de saúde e propor medidas para prevenir que ocorram incidentes semelhantes, melhorando a qualidade dos serviços de saúde. O gerenciamento das notificações e do seu impacto com análise de causas e definição de ações de mitigação com o respectivo acompanhamento e mensuração dos resultados alcançados ao longo do tempo é uma prática essencial para transformar a política de segurança do paciente em cultura.

Envolvimento do cidadão em sua segurança 

Um paciente mais comprometido com sua saúde é um paciente que ajuda a prevenir incidentes relacionados à assistência à saúde, portanto, mantê-lo informado e vigilante é uma boa prática para internalização da cultura de segurança. 

Inclusão do tema “transformar a política de segurança do paciente” no ensino

Sua inclusão no ensino técnico, de graduação, pós-graduação e educação dos profissionais de saúde pode ajudar a conscientizar a população sobre a importância do tema da segurança do paciente. O Plano de Educação Continuada dos profissionais de saúde deve contemplar temas relativos à segurança do paciente, incluindo estudos de casos que permitam a retrospectiva da falha ocorrida com análise e prospecção da mesma situação após a adoção das medidas preventivas.

Incremento de pesquisa em segurança do paciente

As pesquisas podem aumentar o conhecimento sobre o tema e dar apoio à tomada de decisões (nacional e localmente) para a segurança do paciente. 

E você? Está contribuindo com a transformação da política em cultura?

Cada vez mais os profissionais de saúde estão buscando sua qualificação, aperfeiçoamento técnico e comportamental para mudar hábitos e rotinas. Desta forma, fortalecendo a cultura de segurança do paciente. 

Neste momento, em que a pandemia nos ensina cada dia que atuar de forma colaborativa e participativa é essencial para vencermos os desafios da saúde, as boas práticas nos direcionam para um conjunto de ações compartilhadas por todos os envolvidos na cadeia do cuidado do paciente. 

Portanto, conto com você para compartilhar boas práticas que ajudam a transformar a política de segurança do paciente em cultura na sua organização. Assim, vamos promover o aprendizado coletivo e contribuir com mais segurança para o paciente e reduzir os índices de incidentes relacionados à assistência em saúde. Deixe o seu comentário e compartilhe se gostou da abordagem desta publicação. Conto com você!

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